20.8.11

proporcionalmente à saudade


proporcionalmente à saudade
a distância cresce
deixando-nos perdidos num oceano metálico
onde as lágrimas caem
como rufar de saltos
em passos de mulher

proporcionalmente à saudade
o meu corpo se esquece
de sentir o sol
permanece na sombra dos teus dedos
que desenham na parede branca da alma
pássaros de fogo difíceis de apagar

navegando
proporcionalmente à saudade
deixo o teu vento levar-me
deixo o teu perfume matar-me
mesmo que seja por um tempo
pequeno
que vem contar-me
onde provavelmente estarás…

4 comentários:

Ana Casanova disse...

Saudade que cria melancolia provocada pela ausência... Muito belo Nuno Guimarães, como aliás são sempre os teus poemas.

PS - Aproveito para te dizer mais uma vez como foi extraordinária a apresentação do teu livro "por eu me lembrar de ti".
Foi bom conhecer o amigo que tenho aliás linkado no meu blog e que leio já faz tanto tempo. ;)
Beijinho Poético.

Anónimo disse...

obrigado Ana... também te leio, e em antigos blogs meus (que não sabias que eram meus) tu eras uma leitora assídua... beijinho!!!!

Baila sem peso disse...

proporcionalmente à saudade
no topo do gráfico sentimental
em cantinhos como este, virtual
a poesia é um toque de amor mental
que nos faz tanta falta, afinal!! :)


a tua poesia é contagiante...
parabéns Nuno...e sempre em frente!!

beijinhos

Anónimo disse...

sempre tão saborosas as tuas palavras "Baila sem peso". obrigado e um beijinho!