estamos esperando a morte
com toda a sua alongada corte
de anjos e diabos em cortejo
estandartes ao vento, em primeiro
com cores tingidas por nevoeiro
e silêncios em marchas militares
a cidade dos vivos veio ver
o desfile de artefactos de morrer
figuras rastejando, agoniantes
risos de hienas e encher
o ar com sons acutilantes
abutres sobrevoam as cabeças
presas a corpos assustados
por um fio de medo a escorrer
olhos de terror saem das órbitas
e rolam perdidos por encantos
das virgens que vieram se perder
a morte desfila empoleirada
no andor da vontade de viver
sorri e acena à multidão
que se agita como mar encapelado
que reza desesperadamente o terço
que roga piedosamente mas em vão
a morte chega e abençoa a multidão
5 comentários:
Forte..inteligente..mto bom. Bj
obrigado Let's. Beijo!
Não sei se é loucura ou não
sei que se és louco
consegues até no meio da multidão
dar uma passada de beleza
com palavras que se sentam à tua mesa
e até a morte no seu cortejo
não te conseguirá negar um beijo :)
Intenso e tão certeiro...
Flecha de belo arqueiro!
Uma boa semana Nuno
Beijo
obrigado "Baila sem Peso" pela tua presenca assidua por aqui, sempre com poemas bonitos...
verdadeiro.
beijo
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