9.1.12

o sopro do silêncio



o sopro do silêncio apaga
vagarosamente , as lembranças do teu olhar
brisa suave que se cheira
que se sente como afago de dedos
que deixo descuidadamente entrar
para me roubar
a paz
e me matar
a vontade de dormir

o sopro do silêncio veste
vagarosamente, os meus olhos de sal
esfria-me o sangue
e dói-me o gelo que aos poucos
me rasga as veias
dilacerando sem dó o coração

o sopro do silêncio tem um cheiro
de flores desmaiadas
tem as cores das primaveras adiadas
que se perdem estupidamente por aqui
quando, desesperadas
procuram vagarosamente por ti

2 comentários:

OutrosEncantos disse...

"o sopro do silêncio"...

e quantas "coisas" se perdem estupidamente por aí...!
alguma vez pensamos porque se perdem?
beijo.
excelente poema para reflexão!
lindissimo, Nuno.

Anónimo disse...

beijinho ''OutrosEncantos''...