porque as noites
voltaram a ser equações
de difícil resolução
porque o vazio
passou a ser um conjunto
quase infinito
dentro do coração
porque as incógnitas
tomaram uma enorme dimensão
porque a lua não é mais razão
de quociente inteiro
e a pequenez da minha mão
dentro deste universo
se aproximou do zero
desisto
parto
limito este poema
a um segmento de reta
sem meta
que se mistura com linhas curvas
de uma mente praticamente estática
e reduz a nada
o espaço cerebral
da matemática
(http://www.clube.spm.pt/arquivo/1417/)