(desenho de Paulo Pombo)
era uma vez um lápis de carvão
que, independentemente da mão
desenhava corpos sobre corpos
em belíssimas ilustrações sexuais.
um dia a censura apareceu.
o lápis, assustado, emudeceu
e independentemente da mão
as linhas que agora desenha
já não se vêem
e os corpos sobre corpos, estando lá
em belíssimas ilustrações sexuais
só com os dedos se reconhecem.
o lápis é agora um carvão clandestino
mora num beco que imagino
sem condições de “desenhabilidade”
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