7.2.10
desisto do amor
desisto do amor
e de asas incapazes de voar
desisto das palavras que não chegam
onde eu quero
e dos beijos que guardei para te dar
desisto de ser gente com licença
de tempo infinito pr’a sonhar
desisto das preces e dos deuses
impotentes, infelizes, distraídos
que se escondem em milagres de adornar
parto sem destino e sem mar
não deixo um sinal, uma esperança
mergulho cego numa lembrança
dum regresso que não tenho para dar
sedo a alma que fica em sono eterno
desisto da minha identidade
acelero a contagem da idade
e queimo o pensamento neste inferno
vejo arder os poemas que mais gosto
desistem também eles do amor
restando-me esperar pelo sol posto
da vida que se arrasta em desgosto
por ruas que perderam sua cor
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4 comentários:
não desistas...vale sempre a pena...
Beijo da ci
O POETA ESTÁ ZANGADO...TRISTE,DESENCANTADO? HÁ-DE RECUPERAR O ÂNIMO!
ABRAÇO
desistir do amor?
como podes fazer isso?
ele está desenhado em ti
como grande feitiço!!!
mesmo triste, a tua beleza assiste!
Beijo
Este poema é lindissimo
As vezes é preciso desistir para seguir em frente
Beijos
Bel
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