tomo café numa praia
desenhada num papel
porque mar, aqui não há
fiz do açúcar areia
e da colher, uma pá
tomo um chá em pensamento
imagino, de canela
enquanto o teu sol se põe
no parapeito da vida
perto da minha janela
tomo um banho de saudades
liquefeitas nos meus olhos
faço espuma com sorrisos
que se escorrem imprecisos
pela pele em sentinela
tomo duche dos aromas
que engendro serem teus
fico respirando cheiros
tornando-os verdadeiros
fazendo-os perfumes meus
adormeço com cansaços
dum dia de embaraços
e sonho, sonho contigo
tomando-te devagarinho
como onda, nos meus braços
1 comentário:
Qual inspiração é tanta para um poema como é este, tão intenso?!
Um beijo
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