22.11.11
foste-me
foste com um beijo desprendido
na janela dos meus lábios
foste
ficando aqui algemado
pelo brilho dos teus olhos
na escuridão da saudade
foste
e o tempo simplesmente parou
carente, se encostou
à imagem que deixaste
foste
e a eternidade ocupou o espaço
que definitivamente pertence
ao teu sorriso
foste
quando os fragmentos de luar
caiam sobre a cidade
e miríades de gotas de luz
vieram molhar-me as janelas
foste
e fiquei sem as histórias
que tens sempre nos teus dedos
e os medos
escondidos
vieram morar comigo
bandidos
violando o meu abrigo
tenho a alma com um frio
que planta um arrepio
na pele já desesperada
tenho os olhos com agruras
tenho as noites às escuras
e o cheiros dos abraços
entornados pela casa
tenho passos
de fantasmas fugidos do outro mundo
tenho um vazio profundo
a cavar dentro do peito
foste-me
com o teu jeito
perfeito
de me deixar moribundo
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6 comentários:
Um poema fabuloso e repleto de imagens de despedida. Obrigado Nuno, por este momento.
«tenho um vazio profundo
a cavar dentro do peito
foste-me
com o teu jeito
perfeito
de me deixar moribundo»
adoro, adoro ! :)
abraço Paulo... de emigrante para emigrante...
beijinho al... obrigado por continuares a aparecer por aqui...
eu já reli tantas vezes este poema, que até pensei em levá-lo comigo só para não incomodar com o barulho dos meus passos.
mas fica-me sempre o olhar preso nos últimos versos e penso: vamos espantar os fantasmas...(eu e os meus passos, tagarelando)
:)) foi brincadeira :))
adoro ler-te, tu sabes. vir aqui pela calada, virar as páginas do avesso e ler de novo, de fio a pavio, é delicioso.
beijo meu, Nuno.
sem palavras... sem palavras... sem palavras, OutrosEncantos...
beijo,
n.
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