20.1.12

ausência


espero todos os dias
religiosamente pela noite
onde os meus medos se diluem no escuro do céu
e os desejos se estrelecem
em pequenos astros
que enchem o firmamento da minha alma

descubro-me para ti
porque não estás
e religiosamente
espero pelas tuas palavras
que me abraçam com sílabas meigas
construindo no meu corpo
arrepios de amor

espero religiosamente pelo teu sorriso
que apareça, que permaneça
por aqui
e pouse propositadamente nos meus lábios
fazendo-me cócegas e sorrir

espero que o teu corpo se encha
das ausências
espero que os teus sonhos
não sejam coincidências
espero, espero, espero
e assim, envolvido pela noite, minha companheira
discuto com Deus, o tempo
que demoras a chegar

(versão polaca)

3 comentários:

OutrosEncantos disse...

...
"espero religiosamente pelo teu sorriso
que apareça, que permaneça
por ali
e pouse propositadamente nos meus lábios
fazendo-me cócegas e sorrir
....
e assim, envolvida pela noite, minha companheira
discuto com Deus, o tempo
que demoras a chegar"

Este é um poema que eu gostava de ter sabido escrever!
belissimo, Nuno.
beijo.

Unknown disse...

acho que me repito sistematicamente, mas na verdade sinto-me tão, tão, honrado com a tua presença aqui... sempre com tanto carinho... OBRIGADO ''OutrosEncantos''

OutrosEncantos disse...

sou eu que me repito, Nuno.
as minhas palavras são tão pobres, perto das tuas.
mas são as que sei, com todo o carinho.
és "um Poeta e tanto" :)

beijo.

p.s. - hei-de ter todos os teus livros. hei-de ter!