as borboletas da noite
têm olhos enormes e asas com desenhos que assustam
quando se libertam, e em nuvens de pó
se colam nos vidros das janelas, construindo histórias de pavor
as noites, que são quentes, estão cheias de borboletas
com olhos de pessoas mortas e asas de aviões fantasma
perdidos pela torre de controlo
ouço-as a conversar na janela
e imagino que não são da noite
(as borboletas)
mas das flores que de manhã tu me trazes
antes dos aviões se despenharem nos sentidos
e dos olhos enormes rolarem sobre mim
cegando as vontades que ainda tenho
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