24.6.12

A tempestade


Diria que a eletricidade líquida
Desabou sobre as ruas
Provocando correntes histéricas
Que transbordavam
E levavam
Restos de sonhos da cidade.
Náufragos agarravam-se a fragmentos de flores
Arrancadas por electrões, dos jardins
Sereias atordoadas
Despiam-se das escamas
Mostrando sexos resplandecentes
E nas janelas
Espreitavam anjos
Apreciando as virgindades
E esperando pela bonança.

Diria que hoje, a tempestade
Trouxe uma indelével vontade
De mudança.

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