primeiro foram os dedos
um a um, de cada mão
caíram em ordem certa
sem sangue e sem gemidos
procurando anéis perdidos
em anos de solidão
entre o nevoeiro chegado
das cinzas de um vulcão
depois, as mãos já sem dedos
(cujo nome sem razão
deixou de existir então)
cometeram muitos actos
tentaram imitar Pilatos
mas só tinham pr’a lavar
as palmas, cheias de linhas
enredadas em ausências
de tactos para apontar
desintegrando-se aos poucos
o corpo foi-se crescendo
em tagalhos separados
cabeça, tronco e braços
as pernas sem pés amarrados
todos morrendo-se aos poucos
em pedaços, como loucos
que se entregam esgotados
um a um, de cada mão
caíram em ordem certa
sem sangue e sem gemidos
procurando anéis perdidos
em anos de solidão
entre o nevoeiro chegado
das cinzas de um vulcão
depois, as mãos já sem dedos
(cujo nome sem razão
deixou de existir então)
cometeram muitos actos
tentaram imitar Pilatos
mas só tinham pr’a lavar
as palmas, cheias de linhas
enredadas em ausências
de tactos para apontar
desintegrando-se aos poucos
o corpo foi-se crescendo
em tagalhos separados
cabeça, tronco e braços
as pernas sem pés amarrados
todos morrendo-se aos poucos
em pedaços, como loucos
que se entregam esgotados
4 comentários:
Nuno !!?
Céus, amigo!!!
Que dor vai aí dentro, para um poema assim?!
Que raiva essa?! Que raiva?!
Deixo meu beijo e meu abraço. :((
credo! qui passa? :/
Nem sei que diga, nem sei que fale
esgotaram-se os meus dizeres no final
como é que tristeza pode ser beleza?
Fica só esta pergunta em mim...
e um beijo no fim!
(deixo parabéns bem merecidos
para Chei(r)os de Palavras!)
Se soltou as amarras e se reconheceu esgotado, esse sentimento nunca terá provado verdadeiramente dos anéis... :))
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