21.10.10

deixo-te

deixo-te entrar só por hoje

deixo que me surpreendas

que me roubes, que me tenhas

que me explores as entranhas

deixo hoje que me prendas


deixo-te lamber a alma

estremecida contigo

misto de medo e de frio

que penetra em castigo

por frincha do pensamento


deixo que me incomodes

que ocupes o meu sono

que me acordes quando durmo

que me agúes em suores

quando iludes o Outono


deixo espaço para ti

deixo lugar só por hoje

quero que uses torturas

quero que faças sevícias

enche-me com tuas malícias

mostra tua crueldade


saudade, vou te matar

esmago-te com um abraço

transbordando encantamento

hoje deixo-te entrar

só para te poder dar

uma morte por um tempo

4 comentários:

Baila sem peso disse...

Essa palavra saudade...
que deixaste entrar
é como se se fosse ferir
na forma do verbo amar...

vim deixar-te um beijinho
espreitar o teu espacinho
e dizer-te que como sempre
tens poema de linda gente...

bom fim-de-semana
abraço

Anónimo disse...

obrigado... beijo!

Let's disse...

Convivo com a saudade..uma saudade q as vezes é boa e as vezes cruel...não sei se é bom ou ruim...gosto de passar po aqui beijo

Jhanifer Susan disse...

Um poema sensualmente forte em devaneios de Amor ...
Lindo !!!!!!!!
Beijos