Queimando-te a pele como se fosse sol, no pino do meio-dia
Deixo-te derretida nos meus dedos
E em toques sinfónicos
Que procuram as teclas dos teus sentidos
Ouço a musicalidade das palavras que nos teus lábios dançam
Surdo-me com medo de perder o embalar cantado por teus braços
A alma, vibrando devagar, chora
Afinada por diapasão tocado mansamente ao ouvido
Dispo-te com o fogo dos meus olhos
E sigo a nudez que me ofereces, em pedaços de corpo que desejo
Consumo lentamente a linha ténue das cinzas
Que permanecem no tempo dos teus passos
Aspiro-as e deliro
Vejo em alucinantes gritos
O amor que morreu no incêndio ateado do passado