Abre um orifício no gelo
E senta-se numa esperança branca
Infinitamente pintada na alma
Bebe tragos de convicção
De uma garrafa que fora de vodka
Que lhe cabe no bolso da memória
E disfarça o inverno
Com o quente da cinza do cigarro
Em incêndio lento
Deixando fumo cor de céu
Pousar no início da primavera
As árvores nuas, em hibernação
Estáticas, vazias de pássaros
Braços mirrados por ausência de calor
Nas margens ainda dormem
Tristes sem amor
De repente
Fio tenso nas mãos cheias pelo tempo
Presa grande que se prende
Sonho enorme que dá luta
E se solta
E se perde
Porque o orifício
Tinha raio diminuto
Desenhado a compasso
3 comentários:
já te disse que, para além dos poemas, as imagens também estão fantásticas? gosto muito do blog assim (:
Desamparo...Revelado em doses amargas.
Definitivamente sou sua fã!
Tão lindo...
Impossivel ficar indiferente
SS
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