26.4.11

A noite


E a noite entornou-se fervente no espaço
Por onde tento escapar incólume
Agarrado aos últimos bens que tenho
Escondo-os no peito
Camuflados com galhos de saudades
Secos por distâncias
Cada vez mais longas
Cada vez mais lestas a chegarem dentro de mim

E a noite, líquida, espessa, viscosa, chega como lava de vulcão frio
Cegando os sentidos, preenchendo os vazios
Queimando o oxigénio onde ainda haviam velas vivas a arder

Agora só espero o amanhecer
E ver
A luz dos teus olhos
Sol que me invade o quarto
Ao alvorecer

Sem comentários: