Roubo o punhal que mata almas
E percorro as cidades dos fantasmas
Capital clandestina do pensamento.
Corro silenciosamente entre as sombras
Dos baralhos de palavras que se elevam
Em ruas de alcatrão desfigurado
Escondo-me em sebes de loucura
Quando o cheiro da mentira se aproxima
Querendo asfixiar os gritos
Que trago no peito por dizer
Quero matar-te, assassinar cada pedaço da tua alma que me apoquenta
Poder dormir sem o frio que se agita no quarto
Quando me visitas pela calada da noite
Que pouco calada, me acorda uma e outra e outra vez
Tentando enlouquecer o resto de descernimento que ainda tenho
Roubo o punhal que mata almas
Sem dor, sem sangue, sem sofrimento
De lâmina ténue e afiada
Que só brilha quando a lua suicida
Se mergulha na janela estilhaçada
Do sono que vive inquieto
Procuro coragem pr'a te matar
Alma fantasma que me tortura
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