3.2.12

o atentado



hoje planeou-se um atentado
um desvio de avião
que infinitamente voasse no paraíso
situado pertinho do céu
e não aterrasse no inferno das vidas
plantadas em terra branca, como as nuvens
espumas que apetecem provar
em mergulhos suicidas, pelas portas de emergência

por momentos inventaram-se armas mortíferas
com frascos de perfume de coco chanel
incendiados por cigarros sem fumo
daqueles que estupidamente se passeiam
em mãos de assistentes de bordo
com unhas incendiadas de vermelho
ora, não havendo fumo
o verbo fumar, obrigatoriamente se extinguiu
e decretou-se a sua substituição erótica pelo chupar
verbo não poluente que se inventou para ser usado neste avião

o atentado acabou por se concretizar
com bombardeamento de palavras belas, meio loucas
correu bem
morreram dezenas de preconceitos
e o amor foi salvo “in extremis’’
apesar da aterragem acidentada
numa pista cheia de destroços de afetos
que rastejavam moribundos na pista fria de Vilnius

2 comentários:

Anónimo disse...

atentado!
petardo!
bummmmmmmmmmmm...!!!
explosão...
coração entre os dentes, mastigado, mastigado, mastigado.....
cuspido...
jogado fora...
porquê?!...

Anónimo disse...

porquê? vai lá saber-se porquê...
obrigado pelo teu comentário...