26.4.12

o Neris, um café e tu

o Neris, um café e tu
bebi o Neris, beijei o café
e deixei-te transbordar
nas margens de mim
numa enchente de desejos de inverno
derretidos no espreitar da primavera
o Neris, um café, e tu
beijei o Neris, transbordou o café
e bebi dos teus lábios
as saudades que esprememos
dos frutos que colhemos
em tempos de tanta espera
o Neris, um café e tu
bebi o café e com o Neris a transbordar
beijei-te naquele nosso luar
como se fosse a primeira vez
o café, escorrendo
na pacatez das gargantas
o Neris, a correr numa mudez
de águas escuras, prolongamento da noite
que embelezou nossos passos
e deixou os teus abraços
a navegar em mim
tu
o Neris
e um simples café
encheram de amor, a minha noite

nota: Neris é o rio que passa em Vilnius e avisto da minha janela

4 comentários:

OutrosEncantos disse...

a ler-te num sufoco
roubei-te um gole de café
e um pensamento a martelar...
o Neris...
ai o Neris...
mas o que será o Neris?!....

ah... um rio..., só podia ser um rio, não é?! :)

adorei, Nuno!
mais ainda pelo resultado: uma noite feliz!
beijo.

Baila sem peso disse...

Será a catedral de Vilnius
que se avista?
que sorte a tua viveres
ao longo de um rio
que te dará tantos prazeres...
que sorte a tua
teres a poesia nas veias
e com ela encheres margens
e margens de amor
nas paletas de cor das tuas viagens

um beijo Nuno e sê feliz avistando da tua janela
a beleza de um rio que navega, entoando árias junto dela :)

Unknown disse...

Junto ao Neris, envio-te um beijo, OutrosEncantos...

Unknown disse...

noite feliz, Noite sem peso... beijo!