6.5.12

as noites de Vilnius

as noites de Vilnius
falam por entre as estrelas
e deixam-me acordado
com conversas sobre o amor
enrodilham-se entre lençóis
à procura do meu corpo
e fazem cócegas no peito
que se estendem até à alma
o sono ausenta-se, na calma
de aragens mornas envolvidas em cortinas
as noites de Vilnius
têm sorrisos refletidos nas janelas
como velas
que se estilhaçam em pequenos brilhos
roubados dos olhos de mulheres
nos telhados, escorregam carregadas de sonhos
inundam varandas
enfiam-se em becos sem saída
por brincadeira
e assustam gatos vadios
apanhados em contra-mão
as noites de Vilnius
têm luas que se refugiam nas torres das igrejas
em pecado
e um corpo suado
em delírio
que é o meu

2 comentários:

Ana Casanova disse...

Só podem ser maravilhosas as noites em Vilnius...
Tu sabes que sou uma admiradora incondicional da tua poesia e pronto! Agora para além dos Lagos maravilhosos fiquei fascinada com a magia das noites. :)
Beijo grande, Nuno!

Anónimo disse...

obrigado... e anda, anda sentir as noites de Vilnius...
beijinhos!!!