6.6.12

chuva de angústias


a manhã acordou
cheia de chuva de angústias
cheia de tormentas
de medos
de dores, escorrendo
pelos dedos
de águas nervosas
encharcando a pele
enfiando-se pelos poros
chegando aos ossos
que rangem alto
em gemidos de tempo e bolor
Oh corpo abandonado
em esperas longas
e pavores difíceis de entender
Oh alma maldita
que se arrasta em utopias
frias
impossíveis de aquecer
Oh opressão parasita
catarse troglodita
Pára! Ouve-me!
deixa-me morrer!

2 comentários:

Anónimo disse...

Por tu te lembrares de mim

Angel Utrera disse...

Precioso...sinxelo e doce coma a saraiba e a chuvia dos outonos da nosa terra....
Comparto co teu permiso.