28.3.09

tempo

Tempo passa,
sem dar conta,
se escoa, grão a grão,
lembrando-me uma ampulheta,
que estrangula o coração.

Ano a ano, passo a passo,
o tempo anda "enloucado",
deixando marcas à toa,
no corpo já massacrado.
Tempo esquece, tempo voa,
o tempo faz-me cansado.

O tempo com um rugido,
devora plano estudado,
cospe no sonho agendado,
que me mantém acordado...
A vida perde sentido!

Tempo engana, troca voltas,
distraído, também mente.
Acordando de repente,
tenho então a certeza
(não sentindo estranheza),
que o tempo já não existe,
me abandona, desiste,
parte com leve destreza.

Pelo encurtar dos passos,
Vem-me então à consciência,
que o mundo fala em falência,
o tempo perde cadência,

“morrendo-me” assim nos braços.

6 comentários:

guvidu disse...

"o tempo perde cadência,

“morrendo-me” assim nos braços"

gostei mt dste excerto pk demonstra, de uma forma poética, o quanto o tempo nos pode realmente cansar, causando desalento...

bj

Carla disse...

tão bem "contado" este tempo que nos morre nas mãos
beijos

impulsos disse...

O tempo não é o culpado, ele não passa por nós... nós é que vamos passando por ele!

Mas tu fizeste um lindíssimo poema, sabias?

Beijo

segredo disse...

e andamos tao preocupados em passar os dias k até nos esquecemos k o tempo está a passar e k não volta atras.
Poema lindo;)
Beijinho de lua*.*

disse...

" Tempo passa,
sem dar conta,
se escoa, grão a grão,
lembrando-me uma ampulheta,
que estrangula o coração"

gostei. gostei do retrato deste fiel companheiro. tempo esse que nos cospe e nos suga, nos embala e nos sufoca.

Reconfortada com as tuas palavras generosas.(:
Voltarei à gaveta [gosto especialmente do nome deste teu cantinho..tão familiar mesmo .$]

Anónimo disse...

Temos poesias com Títulos idênticos. Bom gosto :)

Beijinho