a morte sentou-se e jantou comigo
riu-se da vida
riu-se da vida
de forma descomprometida
e contou como cresceu.
falou do mundo perdido
brincou com os dedos
esperando a sopa
de almas desentendidas
e contou como cresceu.
falou do mundo perdido
brincou com os dedos
esperando a sopa
de almas desentendidas
perfeitamente perdidas
boiando entre legumes.
bebeu sangue inocente
e partiu em bocados, corpos já mutilados
que engoliu sofregamente.
a morte não me ouviu, só falou, falou
boiando entre legumes.
bebeu sangue inocente
e partiu em bocados, corpos já mutilados
que engoliu sofregamente.
a morte não me ouviu, só falou, falou
sem cessar
não tem ouvidos, tem boca e unhas afiadas
não aparadas
com bocados de destinos por limpar.
a morte cheirou-me mal
infestou meus sentidos
não tem ouvidos, tem boca e unhas afiadas
não aparadas
com bocados de destinos por limpar.
a morte cheirou-me mal
infestou meus sentidos
sem se deter
bebeu litros de café
para não adormecer
bebeu litros de café
para não adormecer
vomitou agoiros no ar
e saiu antes da sobremesa
prometendo que nos havíamos de encontrar
e saiu antes da sobremesa
prometendo que nos havíamos de encontrar
14 comentários:
A morte sempre inerente à vida, causa-nos este mal estar, sabemos que haverá o encontro inevitável, mas não queremos uma prévia...
Um abraço
um poema muito bem escrito!!! Eu diria ORIGINAL!
Letras que se unem numa dor que, de certa forma, passa para quem lê. A morte é inevitável e por vezes ela ameaça visitar-nos, em momentos de tristeza e desalento.
Gosto de saborear o efeito destas palavras, estes sentires que, espero serem só poesia!
Uma brisa de ternura
Sereia Azul*
Muito bom o seu poema...a morte sempre marca encontro, é inevitável.
gostei, vou voltar
Um Beijo
Sonhadora
já tenho o teu livro (: *
Saboreei o poema, como a morte nos saboreia.Bebi palavras, prometendo-te que nos havemos de encontrar.
Um abraço
angelo vaz
És um poeta singular, até a morte fétida me encanta aqui...
Beijos confessos.
sem dúvida que se encontrarão ...
gostei
bj
teresa
As minhas desculpas por não te ter respondido até agora.
Não pude estar presente, mas gostaria muito de o comprar.
Onde posso comprá-lo?
Felizmente há sobremesas duras de se levar! :)
Que as tuas durem por muitos e bons anos - gostei do teu blogue.
Grata pela divulgação do mesmo.
Boa semana
espectaculo este poema... nunca me lembrei de escrever obre a morte...e se o fizesse nao conseguir descrever tao bem... mesmo
parabéns
gostei imenso
beijocas
também eu há pouco tempo me "encontrei" com ela. a mim ouviu-me, deixou-me falar. pedi-lhe que voltasse depois.
acedeu. mas sei que haveremos um dia de nos encontrar.
Muito bem escrito e revelador de grande coragem ... todos nós já sentamos a morte à mesa um dia mas nem todos (eu incluída) tivemos a coragem de falar sobre esse fatídico jantar .. todos nós ficamos com a mesma promesa: a de que ela um dia haveria de voltar ...
PARABÉNS!
Enviar um comentário