os dias arrastam-se na viscosidade
das banalidades que me amolecem
derreto-me pela vida, deixando rastos para identificar
marcas afundadas pela tua ausência
amarrado a falsas liberdades
que me consomem as vontades de voar
os dias arrefecem ao ritmo imparável do calendário
e trazem para dentro de mim
a neve que enche os canteiros do jardim
que observo da janela do meu quarto
os dias perdem luz
devorados pela noite expelida pela alma
perdem as horas mais claras
ganham minutos negros
que deixam às escuras o meu corpo
os dias diluem-se uns nos outros
confundindo-me os sentidos
não sinto o que vejo
não cheiro o que bebo
não vejo o que cheiro
os dias deitam-se a meu lado
e com o único sentido que me resta
ouço as palavras que sussurras de tão longe
4 comentários:
às vezes sinto que retratas a minha vida como se eu te confessasse os tormentos por que passo ...
como se me sussurrasses, al...
O teu poema é um belo sussurrar do querer ...
Beijos
Susan
Sussurros que gostei de ler... porque, de certa forma, também os sinto assim.
Beijinho*
Fanny
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