12.6.11

Depois de Tóquio




Em Tóquio, o tempo arrefeceu
E choveram gotas salgadas
Tuas lágrimas derramadas
Que bebi sem chegares a reparar
Caminhando por passeios fumegantes
Cantos de cisne rasantes
De um corpo já cansado de esperar

Em Tóquio, arrefeceu o tempo
Deixou-me frio, sem alento
Com alma molhada por dentro
E passos vazios
Marcados pelo arrefecimento noturno
Que, em Tóquio, quando chega, é sempre para ficar

Deixei Tóquio
Voltei talvez a Vilnius,
Ou a Faro, ou a Cairo
Estarei talvez, naquele jardim sentado
Onde as flores ainda sabem
As tuas cores favoritas
Estarei ''smooth'' e de gravata às riscas
Imaginando sushi
E talvez (quem sabe?)
Ainda pensando em ti...

NOTA: terceiro e último poema de um conjunto a que chamei ''Trilogia de Tóquio''. os outros são ''Mesmo proibido'' e ''Em Tóquio''

2 comentários:

Bethânia Loureiro disse...

lindo Nuno, como todos que escreve!
parabéns!

Anónimo disse...

obrigado Bethânia... beijinho...