23.6.11

penas negras


cubro-me de silêncios
e de penas negras
dos corvos que me debicam aos poucos
os dedos, os lábios e a alma.
sinto-os caminhando pelo peito
em pequenos saltos de grandes infinitos
que me atravessam a pele
e se instalam nas veias distorcidas
com circulações perdidas
que se lançam suicidas
nos quatro bocados do coração

os silêncios conseguem calar a pulsação
arrefecem o corpo esburacado
por rajadas de balas mudas
disparadas por um sniper furtivo
escondido num canto pensativo do Amor

sem dor
na escuridão trazida por ti
os corvos continuam petiscando
a alma, os lábios, os dedos
e penas negras se pousam
no corpo dos meus degredos

3 comentários:

Bethânia Loureiro disse...

Supreendente Nuno!
Parabéns!! Eu, cada vez mais sua fã.
bjos

Angel Utrera disse...

Ti falas de penas negros coma corvos, ...Eu de dias grises como o inverno permanente nas soidades da deseperanza....Como din Bethania..Sorprendente, fermosoamente real e triste ao mesmo tempo.

Anónimo disse...

Obrigado Bethania e Angel por VOS ter sempre comigo...