7.10.11

Poemática



E a matemática pediu namoro à poesia, mostrando-lhe todas as suas qualidades que passavam por sinais aritméticos de riqueza, campos cheios de raízes quadradas e um coração infinito, onde cabiam todos os números perfeitos, como convém a quem se quer apaixonar.
Ela, a poesia, achou-lhe graça.
Encontrou-lhe alguma métrica e deixou-se deslizar em hipérboles que sendo linguísticas a levaram a exageros que nem o teorema de Pitágoras conseguira resolver.
As incógnitas desta relação eram muitas, atendendo às suas personalidades ímpares, com números primos à mistura.
Foram vivendo numa matriz de entendimento construída por rimas pouco lógicas e amores em fracções de denominador comum que sustentavam médias de paixão numa POEMÁTICA difícil de teorizar…


NOTA: Desafio lançado pelo Clube de Matemática ao qual respondi com um gosto muito especial atendendo à minha formação mais virada para as ciências do que para as letras. Neste exercício mensal, pretendo, de alguma forma, ''casar'' a Matemática com a Poesia... vamos ver no que dá...

1 comentário:

Anónimo disse...

:) só podia dar no que todos sabemos, em maravilhosa poesia, raízes quadradas a multiplicar sentimentos num coração enorme!
parabéns, Nuno.

pianissima.
beijo.

p.s. matemática e português..., as temidas "raposas".... são afinal ainda mais belas quando se juntam, quem diria :)))
és brilhante em qualquer desafio :)
adorei!