as gotas caindo numa velocidade
que me parecia exagerada
entravam-me nas veias
como segundos apressados
empurrando os ponteiros de relógio
e assim esperava
contando histórias a mim próprio
revendo tudo
sorrindo a todos
os que me espreitavam na memória
e assim esperava
reconhecendo o meu corpo
antes de um adormecer diferente
respirando devagar
acertando o coração
mexendo cada dedo
como se acariciasse os teus lábios
e colhesse as lágrimas
que depois me entravam no sangue
em bocadinhos líquidos de ti
para que não morresse
antes de te voltar a ver
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