31.12.12

poesia inacabada, ou não (XIX)


Os pequenos dias de Vilnius
cabem agora no meu bolso
e penduram-se na argola do porta-chaves
com medo de desaparecer.
Chegados a casa,
passam as noites no hall de entrada
acordados
sentados numa prateleira que tenho em frente do espelho
esperando pelo nascer do sol.

Por não dormir,
os pequenos dias de Vilnius tem olheiras cinzentas
grandes
que não me deixam ver
o azul do céu.

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