30.1.13

POEMÁTICA: infinito


Peguei no velho caderno
que era quadriculado
e rumei ao infinito.

Levei régua e esquadro
uma borracha quadrada
um compasso afiado
para desenhar muitas luas
quando o céu se escurecesse
com tantas saudades tuas.

Levei dedos p’ra contar
a cabeça p’ra pensar
os óculos de aumentar
e uns chinelos de quarto
caso chegasse a encontrar
três quartos, e a somar, poder ter
uma unidade a morar
no meu coração de notas.

Perguntei pela verdade
em conjuntos universo.
Cansei-me da falsidade
dos operadores boleanos
e depois de alguns anos
perdidos a calcorrear
por cálculos em desespero
deixei-me escorregar
e dividi-me por zero.

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