30.1.13

doze poemas

As doze últimas folhas
caíram sobre o último poeta
que abandonava o mundo
deixando a nudez da última árvore
distraindo a lua
numa última noite de dezembro escuro.
Só as doze ninfas sobreviveram
e despidas dançaram
sobre escombros dos seus últimos poemas
escritos sobre o pó do tempo que o abandonou.

Ilegíveis, consentiram ser pisados
até ao chegar da aurora.
Mártires de amor, subiram aos céus
e sentaram-se à direita do Pai
que se ausentara para assistir ao fim do mundo
da marquise construída para o efeito.

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