E os olhos com poeira de palavras
Amontoada no tempo
Deixaram-se lavar em lágrimas
Foram a nascente do rio
Que corria nos meus dedos
Quando fiapos de sol
Se emaranharam no livro, inacabado
Adormecido na cama
Novelos de vocábulos, a brilhar
Rolaram devagar nos lençóis queimados
Pela febre que deixei sair de mim
Depois, os olhos secaram
Fecharam com a luz do dia
E perderam o gato preto, pequeno
Que brincava com um poema
Em novelo
Que eu escrevi para ti
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