31.3.11

O fogo dos meus olhos

Dispo-te com o fogo dos meus olhos
Queimando-te a pele como se fosse sol, no pino do meio-dia
Deixo-te derretida nos meus dedos
E em toques sinfónicos
Que procuram as teclas dos teus sentidos
Ouço a musicalidade das palavras que nos teus lábios dançam

Surdo-me com medo de perder o embalar cantado por teus braços

A alma, vibrando devagar, chora
Afinada por diapasão tocado mansamente ao ouvido
Dispo-te com o fogo dos meus olhos
E sigo a nudez que me ofereces, em pedaços de corpo que desejo
Consumo lentamente a linha ténue das cinzas
Que permanecem no tempo dos teus passos
Aspiro-as e deliro
Vejo em alucinantes gritos
O amor que morreu no incêndio ateado do passado

2 comentários:

Bethânia Loureiro disse...

quanta beleza em suas palavras!!
sua fã
Bethânia

Anónimo disse...

muito obrigado mais uma vez Bethania...