Fizeram-se as contas todas!
Multiplicaram-se amores, somaram-se as flores sobrantes da primavera e
queimaram-se folhagens, bastantes, dos outonos delirantes que enganavam invernos adormecidos,
quase perdidos, a contar os longos meses de Dezembro.
Depois, afagou-se o coração, para apagar os frios, com café cheio de beijos mascavados, doces
pecados, resultados de complicadas operações de divisão.
Subtraíram-se suavemente as nuvens que escondiam a lua com cortinas grandes, densas, tricotadas em algodão, e assim, a operação, ficou completamente clara, iluminada, certa, perfeita, isenta
de prova real, com céu limpo a confirmar o resultado final.
Fizeram-se as contas todas, naquela escola.
Ao fim do dia, a poesia meteu os lápis e cadernos na sacola e saiu.
Nunca mais ninguém a viu. Consta que por ousadia, foi estudar algoritmia,no Egipto, na universidade de Alexandria…
NOTA: Desafio lançado pelo Clube de Matemática ao qual respondi com um gosto muito especial atendendo à minha formação mais virada para as ciências do que para as letras. Neste exercício mensal, pretendo, de alguma forma, ''casar'' a Matemática com a Poesia... vamos ver no que dá...
2 comentários:
interessantissimo :))
muito lindo, o poema!
Beijinho.
obrigado "OutrosEncantos". beijinhos,
n.
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