em Vilnius, chove!
pintam-se gotas nas namoradas
que correm lestas em saltos altos
deixando saias esvoaçadas
e homens velhos em sobressaltos
em Vilnius chove!
lavam-se as caras empoeiradas
das casas velhas e sorridentes
enquanto as ruas aperaltadas
contam histórias por entre dentes
em Vilnus chove!
por entre luzes quase apagadas
fantasmas pairam pela cidade
e amedrontam mulheres casadas
que mostram sua fragilidade
em Vilnius chove!
ficam-se cheiros indefinidos
por entre as águas em correria
são gestos frios e atrevidos
danças de inverno, em romaria
em Vilnius chove!
beijam-se bocas apaixonadas
trocam-se amores quase perdidos
e nas esquinas arredondadas
faltam palavras, escorrem gemidos
em Vilnius chove!
em Vilnius chove!
em Vilnius chove!
e eu sem abrigo...
1 comentário:
À medida que vamos lendo, parece até que a chuva vem alegrar, dar movimento e aquecer até a alma dos habitantes de Vilnius...
... na memória visual ficou o quadro, a primeira peça excelente deste post, mas de ar "sinistro"..., só na última estrofe te entendemos!...
:-), lindo, amei!
Beijo.
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