8.8.10
os silêncios vão chegando devagar
os silêncios vão chegando devagar
como invernos de ausências, se abeirando
são despojos perfumados esquecidos
são cigalhos dos carinhos se queimando
nos monólogos que ecoam, enlouquecidos
os silêncios são canções que se perderam
nas sete notas de vida
são flores que sorrindo definharam
com sedes sequiosas de alguém
são os ecos de alguns voos solitários
movimentos sem trajectos temerários
são cuspidelas de tempo, em desdém
são também, pó de conversa acumulado
varrido em noites longas, apagadas
fragmentos de palavras adocicadas
sílabas em fatias já cortadas
relógios com horas desencontradas
achados nos enredos das madrugadas
os silêncios vão saindo das gavetas
outrora repletas de saudades
são as portas que se abrem sem gemer
são paredes que arranham sem doer
e a alma que se está a transformar
num silêncio que me chega devagar
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