4.9.10

desaprendi a voar (voo XX)


guardo as asas que me deste
desaprendi a voar
cativo tu me puseste
preso nas noites sem lua
não vendo os teus olhos brilhar

passeando no abismo
preso nas ausências de mar
a vida está por um fio
a alma corre sem rio
pronta para se afogar
guardo as asas que me deste
pouso o meu corpo na margem
não sigo mais em viagem
desaprendi a voar



nota: poema escrito para projecto conjunto com a escultora Maria Leal da Costa, que em breve será apresentado em Portugal e Lituânia.

2 comentários:

João A. Quadrado disse...

[se não voa a asa a razão não está na velha casa, mas no céu que se adormeceu]

um imenso abraço, Nuno

Leonardo B.

Parapeito disse...

que lindo
Mas o céu continua lá
Brisas mansas****