saí por aí
apanhando os pedaços de amor
desperdiçado pelas gentes.
meti-os em caixas de cartão
grandes como o coração
e trouxe-os nos bolsos da minha alma
para reciclagem.
depois, em viagem
pela terra onde todos dizem não
enfeitei com eles as esquinas
fiz cartazes e colei-os nas ruínas
dos homens que são de papelão.
num jardim que encontrei
à beira do teu corpo
deixei para ti uma flor
feita com o mais belo pedaço de amor
que tu perdeste
distraída
nas vírgulas da vida
nas ausências de gestos
mergulhados num imenso torpor
2 comentários:
E este lamento, igualmente belo e doce, eu já o tinha lido um montão de vezes...
E parece-me tão pobre chegar aqui e apenas dizer, que lindo..., sei que não chega, sabe a nada...
Mas na verdade ele é mesmo linndo, a tua maneira tão especial de fazer o teu queixume é de facto deliciosa.
Beijo.
Até já! :-)))
...e passei de novo por ti
deixo-te um pedaço de mim
em cada pétala de orvalho
que cada gesto é lágrima
num verso sem fim
numa caixinha de carvalho
num outono que faz peso assim
como essa tua flor,
de que tu falas com amor...
levezinho abandono, porque sim...
venho já...
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