caíram hoje flores do céu
molhando a cidade com pétalas brancas
que se desfizeram no calor dos passos
dos homens
esquecidos do que era a primavera
caíram hoje flores do céu
e os perfumes, que eram muitos
inundaram corpos de mulheres suadas
cansadas
esquecidas do amor
que foram obrigadas a perder
caíram hoje flores do céu
como se fossem os invernos a morrer
aos poucos, esquecidos de viver
esquecidos que ainda ontem
havia dias a amanhecer
hoje como se fossem fiapos do tear
como se fossem cabelos meus a branquear
caíram flores do céu
que adoçaram ruas, a polvilhar
eu, na minha janela
deixando o vidro a embaciar
entreguei-lhes turvo, o meu olhar
8 comentários:
E poderiam tb cair palavras de Metropolis...
E poderiam tb cair palavras de Metropolis...
sem flores para METROPOLIS... acabou a inspiração...
As tuas palavras são as próprias flores, Nuno.
A tua inspiração não se esgotará jamais, visto que tem o Enorme suporte da tua extraordinária sensibilidade, ternura e..., sei lá, uma montanha de sentires lindos!
Adorei esse poema, queria saber escrever assim, com essa ternura!
Beijos, querido.
obrigado OutrosEncantos... escrevo muitas vezes sabendo que me lês... é sempre uma motivação suplementar.
BEIJO!
entreguei o meu olhar... aqui... para aqui me extasiar...!
Um poema encantador e cheio de sentidos e significados , enfim não a muito a dizer e sim muito a sentir com o próprio poema ...
Beijos
Susan
As flores são eternas enquanto lembranças no jardim da alma...
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