30.1.11

Não me apetece


Agora não me apetece que sejas a borboleta
Pousada no ramo do meu braço
Esperando o sol chegar

Não me apetece que sejas chocolate
Derretido nos meus dedos
Antes do eclipse de amor
Provocado por corpos estranhos
Que atiraste para o céu
Onde as estrelas caíram em desuso

Não me apetece que sejas musa minha
Ponho-te, com tudo, a dançar nua
Na capa do meu livro
E espero uma montra cheia de olhos
A escorrer languidamente na vidraça

Agora mato-te por um tempo
Deixo-te adormecida no hipotálamo
Perco vontades e a temperatura
Perco a fome, perco a sede
Agora, por um tempo
Não me apetece gostar de ti

2 comentários:

Bethânia Loureiro disse...

Muito bonito Nuno! Parabéns! bjos

Anónimo disse...

Obrigado Bethânia...