Cheguei disfarçado na noite
Com uma flor na mão
E tambores no coração
Cheguei de olhos fechados
Por conhecer teus atalhos
E acreditar que teu eu
Ansiava pelo toque
De uma longa solidão
Vim depressa
Vim diferente
Vim prudente
Quis-te em Pafos coroada
Quis encontrar-te queimada
Em fogo de Citereia
Como deusa de paixão
Vim no barco "pensamento"
Pedi para ter madrugada
Escondendo a enseada
Para ancorar minha espada
No teu corpo luarento
Trouxe a tua voracidade
Nos desejos atirados
E trazidos pelo vento
À minha pele deserta
Fustigada por ausência
E por tempo turbulento
Cheguei com uma flor na mão
Seu perfume a crescer
As pétalas rindo, em robor
Mas encontrei-te vazia
Com alma despovoada
Em Marte, vontade pousada
Eu Vulcano, a vacilar
Com o coração a mancar
Imolei-me, morri na dor
2 comentários:
morrer de amor?!
as saudades tb matam... esvaziam, despovoam - mesmo as almas mais apaixonadas! no entanto, não é esse o meu caso ;)
beijinhos saudosos
Sempre surpreendente, sempre belo.
Também se morre de amor, de desilusão...
Um beijo.
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