27.12.11

progressão de Natal



mês 12, mês de dezembro, penso que ainda me lembro 
ser 2011, o ano, e 25, o dia, que de Roma a Pavia 
dizemos ser de Natal 
é 
um número especial - 12.201.125 
doze milhões, duzentos e um mil 
cento e vinte cinco 
e brinco 
e matutando 
matematicamente falando 
acho que algo inventei. 

recordo hoje o “pi” (π ≈ 3,14159265358979323846...) 
que serviu de álibi 
para uma relação curiosa 
de uma circunferência famosa. 
agora o meu “natal” 
(não me levem muito a mal): 
uma sequência crescente 
limitada inferiormente 
de um modo natural 

ganhou vida, a sequência 
achou-se bem diferente 
e com um ar sorridente 
assumiu-se progressão. 
diziam-lhe as invejosas 
que não, que não era progressão 
que não a tinha 
(a razão) 
e que por definição 
teria de a possuir 
era uma coisa inventada 
em perversa madrugada 
por um poeta a fingir. 

condenada! sem razão! 
ordem dada à progressão! 

razão 100 (r = 100) 
respondo eu, defendendo a donzela 
ou seja a minha invenção 
(12.201.125, 12.201.225, 12.201.325, 12.201.425, …) 
e usando a poemática 
defino o termo geral 
(an = an-1 + r = a1 + (n – 1) r 
deixando a progressão 
com um ar angelical 
a cintilar à janela

NOTA: Desafio lançado pelo Clube de Matemática ao qual respondi com um gosto muito especial atendendo à minha formação mais virada para as ciências do que para as letras. Neste exercício mensal, pretendo, de alguma forma, ''casar'' a Matemática com a Poesia... vamos ver no que dá...

2 comentários:

OutrosEncantos disse...

oh Nuno, tu superas-te a cada operação matemática transmutada em poesia.
que brilhante!!!
super inspirado, estavas sim :))
adorei.
beijoooo :))

Anónimo disse...

beijooooooo... OBRIGADO ''OutrosEncantos''