3.3.12

hoje fecho a conta

hoje fecho a conta
saio sem pedir desconto
não volto a fazer despesa
vou-me pela calada da noite
vou-me pelo silêncio da lua
deixo a alma praticamente nua
em banhos de espuma branca
para da morte se rir
retiro-me numa suspensão futura
e deito-me esperando que tudo
mas tudo aconteça
tal qual o sonho
que não me deixou dormir
fecho a pele
encerro o tempo nos olhos
para ele não fugir
liberto o fumo, o nevoeiro
fico inteiro
e escondido, assim vivo
porque te tenho
e nunca me deixarei morrer

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