8.1.10

neda


hoje sonhei que não morreste
que por justiça do vento
em nevoeiro cerrado
serenamente apareceste
sem vingança, sem desgosto, sem lamento
vi teu sorriso rasgado
vi teu corpo apaixonado
ondulando a um só tempo
nos gritos da multidão.
hoje, olhando com atenção
vi teu véu esvoaçando
libertando ternamente
o bater tão persistente
do teu terno coração.
hoje, o teu peito não sangrava
a tua alma sonhava
aberta, em liberdade
na palma de uma só mão.
hoje sonhei que não partiste
ouvi a tua voz envolvente
cantando estoicamente
com verdade e com paixão
vi teus lábios encarnados
eternamente acordados
soprando uma canção

6 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Que lindo sonho, e que lindo poema!
abraço

Anónimo disse...

leio-te. sempre.


beijo.

Jorge Sader Filho disse...

Um texto com incomparável essência, toda ela feita com muita experiência, fácil de ser notada.
Abraços do irmão brasileiro.

Marta Vinhais disse...

Um poema envolvente...Carinhoso....
Gostei muito - obrigada pela partilha e pela visita à Minha Página..
Beijos e abraços
Marta

Baila sem peso disse...

Como entendo esse sonho...
e como a tua poesia em canção
faz juz com tua ternura
em tão forte composição!

Obrigada. Gostei muito!
beijo

Anónimo disse...

Lindo!
Uma homenagem belíssima àquela que representa "a voz", o grito da liberdade!

Adoro ler Você...

Beijos confessos...