11.8.10

tremo

foto: Hilton Pozza (www.olhares.com)

tremo
com estrondo d’ árvore
a cair na floresta
tremo
com o passar do comboio
numa estação já deserta
tremo
com o frio glaciar
que a morte tem no olhar
e com as palavras desfeitas
pousadas no teu chorar
tremo
com um poema abatido
a tiro de ilusão
tremo
com a alma calada
bebendo ensanguentada
as lágrimas do coração
tremo
com o ruído escondido
do silêncio caminhando
deixando marcas no chão
tremo quando está escuro
e abraço a solidão
tremo quando fecho os olhos
na praia dos pensamentos
esperando inseguro
pelo mar dos sentimentos

6 comentários:

Gi Ša disse...

gosto!!!

na pesquisa da luz, ...?

lágrima disse...

E quem não treme ante as incógnitas da vida?
Sempre excelentes os teus poemas!
Abraço.

Baila sem peso disse...

Eu nunca sei o que gosto mais...
já o que não tinha lido li
e o espacinho percorri...
sabes que tens o dom da palavra
simples, aberta, que desconcerta
com uma forma tão ritmada
que dá forma pura e tão certa
ao sentimento de alma aberta...
é uma dor por vezes tão interior
quando falas sobre o amor
que se sente por dentro tremendo
e que vai no poema crescendo
terminando com a certeza
que a dor também é beleza...
gosto pronto...ponto!
Desculpa se passo assim à toa
mas o poema por ti voa
e a liberdade do sentir
é uma leveza que me faz bailar
no mar desse teu estar!!!
Parabéns Nuno! Mais uma vez
tremo
ao ler os teus porquês!!!:)

Beijo e bom fim-de-semana

(só tenho pena que sejas tão triste...será assim que tudo existe?!...)

Anónimo disse...

obrigado lagrima, e bom sentir-te sempre por aqui...

Anónimo disse...

obrigado baila sem peso, perco as palavras com os teus comentarios que tanto me tocam - sempre!

Anónimo disse...

obrigado Gi... talvez seja isso... a luz...