observo um maço de cigarros
esquecido em parapeito de janela
vício de queimar a solidão
aquecendo lentamente o coração
que espera ansioso a primavera
um cigarro é a minha companhia
com fumo enchendo a boca de saudade
tempo de acordar a apatia
há muito perdida na analgia
que fez do meu corpo sua cidade
nostalgia fumada devagar
ao correr das imagens a ficar
abraçadas em rastos de cinzas, poucas
ecos de vozes longes e roucas
que gritam arrastadas como loucas
pedindo teu corpo p'ra navegar
imagino-me a fumar este cigarro
de olhos bem fechados, frente ao mar
que desta janela não enxergo
mas dentro de mim, agitado albergo
até o fumo, devagar, o libertar
7 comentários:
a tua solidão enternece, à medida que te leio, sou envolvida pelo calor das tuas palavras, e silaba a silaba sigo o percurso desse fumo e desse mar, esperando que venham desaguar em mim...
beijinho de sol (gelado mas brilhante)
Lindo!
Beijo
:-)
Abro a gaveta e atrevo-me a deixar lá dentro num envelope bem fechadinho para ninguém vêr... Loll :)), a primeira estrofe de um poema que escrevi há uns tempos largos, só porque amei este que escreveste. É só um carinho :)
"Que tormento, este aroma de cigarro…
...este aroma de cigarro que me chega…
...que me chega como voz que me sussurra no ouvido,
estou aqui…, sentes-me…?!
Vem de onde…?!
Vem de onde este aroma …?!
........................."
http://lagrimadechuvanomar.blogspot.com/2010/01/conta-me-tu.html
Adoro ler-te, já te tinha dito isto hoje?!
Abraço!
QUE DELÍCIA ...SE NÃO FOSSE O FUMO UM TÓXICO...
ABRAÇO
Gostei deste cigarro fumado.
Leitura muito envolvente e interessante até me leva a gostar do fumo do cigarro!
---- os cigarros apagados não apagam o fumo neles pensado ---
gostei
bj
teresa
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