15.7.09

noite escrava


com a noite escrava
chega a tormenta
que me violenta
corrosiva e lenta
escorre como lava

traz velhos fantasmas
que durante o dia
mostram apatia
dormem sossegados
porque estão cansados
estão em afasia

à noite, tomando-me a voz
de maneira atroz
forçam-me a dizer
usando o escrever
dum lápis feroz
palavras sem senso
dum doer imenso
rijas como noz

vem então a dor
neutra é a cor
duma poesia
onde o desamor
por não ter calor
sem grande esplendor
pousa em cama fria

6 comentários:

eduardo maria morgado disse...

muito obrigado, ó nuno (:

e eu gostei disto por aqui. vou já seguir para voltar, sempre.

Anónimo disse...

Palavras sem senso dum doer imenso duras como noz. Como é bom ler os seus poemas.Bjo

DarkViolet disse...

A noite é escrava dos amantes, um caótico manto de sensações que o ser acolhe na"dor, cor,calor"

Chinha disse...

Há momentos em que o desamor trás o desalento, no entanto creio que ao fundo há sempre uma luz que brilha , mesmo que ténue seja.

Lindo e triste

bjinhos

Anónimo disse...

Caro Nuno, acho que a vida é bem mais alegre do que a noite, o silêncio e a despedida. Em honra à Capitú, tente algo mais sensual, mais luminoso, mais quente, mais dia, mais sol. Beijos ardentes-

Baila sem peso disse...

A noite em desamor
que se deita com dor...
triste, mas intenso...
é assim a poesia
quando fala em lamento...

beijo com alento